17 de setembro – Dia Mundial da Segurança do Paciente setembro 15, 2021setembro 13, 2021 Carlos Por dra. Michelle Nacur No dia 16 de outubro de 1846 W. T. G. Morton faz a primeira demonstração pública da anestesia. Pouco menos de 2 anos depois foi relatado o primeiro óbito atribuído ao clorofórmio. Entre 1948 e 1952 foi realizado o primeiro estudo sobre eventos adversos em anestesia, sendo analisados 599.548 procedimentos cirúrgicos. Na época foi reportada 1 morte a cada 1560 anestesias e foi dito que anestesia matava mais que a poliomielite. Entretanto, naquela época, R. Macintosh desafiou a visão que as mortes sob anestesia eram inevitáveis. Afirmando que eram frequentemente devido a falhas humanas e que poderiam sim, ser evitadas. Desde então, os anestesiologistas começaram a se preocupar com o tema segurança, tornando-se pioneiros em iniciativas para redução de danos evitáveis. Começou-se então a abordar o problema do erro. A mortalidade devido a causas anestésicas reduziu drasticamente a partir da década de 90 com o advento do oxímetro e capnografo. A dramática melhora na segurança do paciente em anestesia nos últimos 30 anos não pode ser atribuída apenas aos monitores eletrônicos, mas, em grande parte, por um conjunto de comportamentos conhecidos como “monitoramentos de segurança”, que se tornou mais eficaz ao estender ao comportamento humano e o reconhecimento de que a vigilância contínua é imprescindível para a segurança do ato anestésico, tanto é que a palavra “vigilância” é o centro do selo e o lema da American Society of Anesthesiologist. Conceitualmente pode-se dizer que a segurança do paciente é um paradigma específico que se originou na prática anestésica identificando os danos evitáveis causados por cuidados médicos e tentando evitá-los. Em 2010, os principais líderes das sociedades que representam a especialidade de anestesiologia passaram a ser signatários da Declaração de Helsinque e formalizaram um consenso que incluía a segurança dos pacientes no perioperatório, mostrando mais uma vez que a anestesiologia tem um papel-chave na melhoria da segurança do paciente. Os desafios hoje são manter essa melhora em face das pressões que ameaçam os ganhos, estender essa melhora a aspectos adicionais dos cuidados com a anestesia e ajudar a instalar os componentes da cultura da segurança em todo o ambiente hospitalar.
Agenda de webinários: 14 a 17 de setembro setembro 14, 2021setembro 15, 2021 Carlos Inscreva-se Data: 14/9/2021, às 19hTema: Farmacologia dos anestésicos venosos – parte 1Palestrante: dr. Cirilo Haddad Silveira (SP)Apresentadora: dra. Maria Angela Tardelli (SP)Moderador: dr. Marco Polo Baptista (RJ) Inscreva-se Data: 14/9/2021, às 20h30Tema: Pressão cricóide (Manobra de Sellick) na indução em sequência rápida: Pró e Contra.Palestrantes: dra. Vanessa Henriques Carvalho e dr. Edgar YugueCoordenação: dra. Danielle Maia Holanda Dumaresq Inscreva-se HAVERÁ SORTEIO DE 2 INGRESSOS PARA O CVAData: 15/09/2021 – 19hTema: Anestesia na gestação de alto risco, em cirurgias não-obstétricas durante a gravidezPalestrantes: dr. Luis Fernando Lima Castro (SP) e dr. Alexandre Dubeux Dourado (PE)Apresentador: dr. Jedson dos Santos Nascimento (BA)Moderador: dr. Florentino Fernandes Mendes (RS) Inscreva-se Data: 15/9/2021, às 20h30Tema: Escrita CientíficaPalestrante: Dr. Luiz Marcelo Sá MalbouissonModeradora: Dra. Norma Sueli Pinheiro Modolo Inscreva-se Data: 16/9/2021, às 19hTema: Anestesia para transplantes – aspectos legais, farmacologia do imunossupressores, cuidado com doadores, particularidades do paciente pediátrico – parte 2Palestrante: dr. Jorge Luiz Saraiva Ximenes (PR)Apresentador: dr. Marcos Antonio Costa de Albuquerque (SE)Moderador: dr. Luís Vicente Garcia (SP)
Lista de aprovados no 181º SAVA setembro 14, 2021setembro 14, 2021 Carlos Confira abaixo a lista de aprovados no 181º SAVA, realizado em Dourados (MS), nos dias 11 e 12 de setembro 2021. Adriana Durães da Silva KalifeBruno da Silva NogueiraCleide KalsingDaniel Ribeiro BassiDaniela RenziDiego Noia Borges de CarvalhoDulce Amorim Argolo MoreiraEdvagner Venceslau de LimaEstéfano Augusto Oréfice MassonEster Stangarlin Fernandes RochaGuilherme Brunini SbardeliniJoão Flávio CavalliLeonardo Lyrio de SouzaLeopoldo Henrique Nascimento AlmeidaLucio Garcia Diniz NetoMarco Antônio Sobrinho EspíndolaMariane Suemy Mariussi TakahashiRenata Fatureto Borges WatanabeSergio Augusto Rodrigues
Segurança do paciente: uma prioridade global de saúde setembro 13, 2021setembro 10, 2021 Carlos Celebrado no dia 17 de setembro, o “Dia Mundial da Segurança do Paciente” tem o objetivo de conscientizar profissionais de saúde, gestores, órgãos governamentais, pacientes, educadores e sociedade civil sobre a necessidade da implementação das práticas de segurança dentro dos serviços de saúde. Tal ação contribui para minimizar riscos e danos ao paciente, refletindo na melhoria da qualidade do cuidado prestado nos serviços de saúde do país. Os danos ao paciente por eventos adversos são uma das principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) 134 milhões de eventos adversos ocorrem anualmente devido à atenção insegura em hospitais, nos países de baixa e média renda, contribuindo para 2,6 milhões de mortes. Enquanto calcula-se que um em cada 10 pacientes seja prejudicado enquanto recebe atendimento hospitalar, em países de alta renda. Reconhecendo a segurança do paciente como central na prestação de atenção à saúde e no fornecimento da cobertura universal de saúde, a OMS e o Reino Unido lançaram em conjunto o “Global Patient Safety Collaborative”. O objetivo dessa iniciativa é garantir e ampliar a ação global em relação à segurança do paciente e colaborar estreitamente com países de baixa e média renda para reduzir os danos evitáveis aos pacientes e melhorar a segurança de seus sistemas nacionais de saúde. No Brasil, o Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), por meio da Portaria MS/GM nº 529/2.013, com o objetivo geral de contribuir para a qualificação do cuidado em saúde, em todos os estabelecimentos de saúde do território nacional, públicos ou privados, de acordo com a prioridade dada à segurança do paciente na agenda política dos estados-membros da OMS. Como melhorar a segurança do paciente? Se você é um paciente: – envolva-se ativamente no seu próprio cuidado; – é bom fazer perguntas! Cuidados de saúde seguros começam com uma boa comunicação; – certifique-se de fornecer informações precisas aos profissionais de saúde sobre seu histórico de saúde. Se você é um profissional de saúde ou líder de serviços de saúde: – envolva os pacientes como parceiros em seus próprios cuidados; – trabalhem juntos pela segurança do paciente; – garanta o desenvolvimento profissional contínuo para melhorar suas habilidades e conhecimentos em segurança do paciente; – crie uma cultura de segurança aberta e transparente. Se você é um formulador de políticas: – investir na segurança do paciente resulta em economia financeira; – invista na segurança do paciente para salvar vidas e gerar confiança; – torne a segurança do paciente uma prioridade nacional de saúde. Se você é um pesquisador, estudante, faz parte de instituição acadêmica ou profissional: – gere evidências para melhorar a segurança do paciente. Sua pesquisa é importante! – incentive a pesquisa em segurança do paciente; – incorpore a segurança do paciente em currículos e cursos. Se você é de uma associação profissional, organização ou fundação internacional: – promova a segurança do paciente para alcançar a cobertura universal de saúde; – ofereça oportunidades de aprendizado e desenvolvimento para a segurança do paciente. Fontes: Agência Nacional de Vigilância Sanitária Ministério da Saúde Organização Mundial da Saúde Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente
Suicídio entre anestesiologistas: antes que setembro acabe, precisamos falar sobre isto setembro 13, 2021setembro 10, 2021 Carlos Por Michelle Nacur Lorentz Evidências sugerem ser o profissional de saúde o mais propenso a cometer suicídio que a população geral. O médico parece figurar como profissão de maior risco e na profissão, a anestesiologia seria uma das especialidades com maior índice de suicídio, atrás apenas da medicina interna e psiquiatria. Estima-se que 3,2 a 25% dos anestesiologistas já experimentaram comportamento ou ideação suicida e 0,5 a 2% já tentaram autoextermínio. Tais estatísticas colocam o suicídio como um problema de saúde seríssimo em nosso meio, havendo autores que defendem que tal tema deva ser abordado como um problema de saúde ocupacional. Embora as taxas de suicídio variem entre países, com tendência a diminuição na Europa, os trabalhos de uma forma geral demonstram aumento nas taxas de suicídio entre médicos, principalmente entre as mulheres. Algumas teorias foram propostas para explicar tal fenômeno, como o estresse, a insatisfação com o trabalho, o burnout, a associação com doenças mentais, as altas cargas laborais, o comportamento compulsivo, a dificuldade do médico em buscar ajuda, o acesso a fármacos letais, além da associação com alcoolismo e drogadição. No caso das mulheres, acrescente o acúmulo de trabalhos e responsabilidade domésticas, sociais e na educação dos filhos. Adicione a tudo isto as mudanças constantes no mercado de trabalho, judicialização da medicina, pressão por parte dos convênios, pacientes e colegas, perda da autonomia, violência no local de trabalho e diminuição na remuneração. Neste cenário é natural que ocorra grande redução na satisfação profissional. O suicídio parece ser um processo lento e pouco se sabe sobre a transição entre a ideação suicida, a tentativa de suicídio e a efetivação dele. Mas sabemos que estratégias para prevenir tais situações são necessárias. Sabemos que a prevenção deve começar cedo, tão logo o estudante ingresse na faculdade de Medicina. Sabemos que as estratégias preventivas devem se basear na educação, no autoconhecimento, no trabalho das sociedades e na desmistificação do assunto. Dia 10 de setembro foi o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Precisamos falar sobre isto. Precisamos olhar uns pelos outros. A saúde mental de cada anestesiologista importa. Cada vida humana perdida dessa forma configura numa verdadeira tragédia. Precisamos entender os porquês e combatê-los antes que percamos mais colegas de forma tão dramática.