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ISSN 0034-7094 • Volume 68 • Número 4 • Julho-Agosto, 2018

 

A Revista Brasileira de Anestesiologia é indexada na Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) desde 1989, na Excerpta Médica database-EMBASE desde 1994, no Scientific Electronic Library Online (SciELO – Brasil) desde 2002, no MEDLINE desde 2008, no Science Direct desde 2010 e ISI Web of Knowledge^SM desde março de 2011.

 

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ARTIGOS CIENTÍFICOS

329     O uso de flumazenil para depressão respiratória associada ao benzodiazepínico na recuperação pós-anestésica: riscos e resultados

Troy G. Seelhammer, Eric M. DeGraff, Travis J. Behrens, Justin C. Robinson, Kristen L. Selleck, Darrell R. Schroeder, Juraj Sprung, Toby N. Weingarten

336     A aplicação desnecessária de cateterização venosa central em pacientes cirúrgicos

Keiko Uemura, Satoki Inoue, Masahiko Kawaguchi

344     É improvável que a cirurgia seja suficiente para que o paciente pare de fumar 24 horas antes da internação hospitalar

Igor Maia Marinho, Maria José C. Carmona, Fábio Ely Martins Benseñor, Julia Mintz Hertel, Marcos Fernando Breda de Moraes, Paulo Caleb Junior Lima Santos, Matheus Fachini Vane, Jaqueline Scholz Issa

351     Escore CR-POSSUM e Índice de Apgar Cirúrgico como fatores preditivos para a alocação de pacientes após cirurgia colorretal

Sílvia Pinho, Filipa Lagarto, Blandina Gomes, Liliana Costa, Catarina S. Nunes, Carla Oliveira

358     Aceleração da recuperação após protocolo cirúrgico versus cuidados perioperatórios convencionais em cirurgia colorretal. Um estudo de coorte em centro único

Javier Ripollés-Melchor, María Luisa de Fuenmayor Varela, Susana Criado Camargo, Pablo Jerez Fernández, Álvaro Contreras del Barrio, Eugenio Martínez-Hurtado, Rubén Casans-Francés, Alfredo Abad-Gurumeta, José Manuel Ramírez-Rodríguez, José María Calvo-Vecino

369     Comparação de alterações na pressão do balonete do tubo endotraqueal usando ar versus óxido nitroso nos gases anestésicos durante cirurgias abdominais laparoscópicas

Shweta Sarjerao Mogal, Lipika Baliarsing, Raylene Dias, Pinakin Gujjar

374     Efeitos dos anestésicos locais na cicatrização de feridas

Sevgi Kesici, Ugur Kesici, Hulya Ulusoy, Pelin Erturkuner, Aygen Turkmen, Oktay Arda

382     Dexmedetomidina impede a nefrotoxicidade da colistina?

Gamze Talih, Aliye Esmaoğlu, Adnan Bayram, Cevat Yazici, Kemal Deniz, Tutkun Talih

INFORMAÇÕES CLÍNICAS

387     Acidente vascular cerebral no perioperatório após ressecção transuretral de próstata: alto índice de suspeita e estabilização de parâmetros fisiológicos podem salvar vidas

Deb Sanjay Nag, Abhishek Chatterjee, Devi Prasad Samaddar, Ajay Agarwal

391     Manejo anestésico de paciente com tetrassomia 15q para tratamento odontológico

Yuri Hase, Nobuhito Kemekura, Yukie Nitta, Toshiaki Fujisawa

395     Bloqueio do quadrado lombar: estamos cientes de seus efeitos colaterais? Relato de dois casos

Miguel Sá, José Miguel Cardoso, Hugo Reis, Marta Esteves, José Sampaio, Isabel Gouveia, Pilar Carballada, Célia Pinheiro, Duarte Machado

399     Nervo glúteo superior: um novo bloqueio a caminho?

Miguel Sá, Rita Graça, Hugo Reis, José Miguel Cardoso, José Sampaio, Célia Pinheiro, Duarte Machado

403     Reação atípica à anestesia em distrofi a muscular de Duchenne/Becker

Helga Cristina Almeida da Silva, Marcia Hiray, Mariz Vainzof, Beny Schmidt, Acary Souza Bulle Oliveira, José Luiz Gomes do Amaral

407     Uso de bloqueador brônquico em toracotomia de emergência na presença de hemorragia das vias aéreas superiores e fratura cervical: uma decisão difícil

Carlos Almeida, Maria João Freitas, Diogo Brandão, José Pedro Assunção

411     Pé caído: uma complicação iatrogênica da anestesia espinhal

Vipin Kumar Goyal, Vijay Mathur

415     Reversão do bloqueio neuromuscular com sugamadex em cinco receptores pediátricos de transplante cardíaco

Ricardo Vieira Carlos, Marcelo Luis Abramides Torres, Hans Donald de Boer

420     Uso de ropivacaína em bloqueio do gânglio esfenopalatino via transnasal para cefaleia pós-punção dural em pacientes obstétricas – série de casos

Inês Furtado, Isabel Flor de Lima, Sérgio Pedro

424     Lesão do nervo mandibular bilateral após ventilação com máscara: um relato de caso

Bahattin Tuncali, Pinar Zeyneloglu

CARTAS AO EDITOR

429     Exposição a gases anestésicos residuais: os riscos vão além da sala de operação

Hilary P. Grocott

 

A 30ª Jornada Baiana de Anestesiologia (Jorba 30) está com as inscrições abertas no site da Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia, com pacotes de desconto até o dia 31 de agosto próximo. O evento vai ocorrer de 21 a 23 de setembro, no Mercure Salvador Rio Vermelho, na capital baiana, e tem o apoio da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA).

O tema central do evento é “O Anestesista e Sua Prática: uma visão contemporânea”. Além das palestras durante a Jorba 30, o evento vai oferecer três cursos: o CIAPED – Curso de Imersão em Anestesia Pediátrica, o SAVA – Suporte Avançado à Vida em Anestesia e o Curso de Dor Pós-Operatória.

O investimento para participação no evento e nos cursos varia de acordo com a condição do interessado, ou seja, se é sócio ativo, aspirante, não-sócio ou acadêmico. Confira abaixo a programação do evento.

SEXTA-FEIRA – 21 de setembro

19:00 – 20:00 – Solenidade de Abertura / Homenagens / Premiações para ME1, ME2 e ME3

20:00 – 20:45 – Palestra “Visão e Liderança” com Jefferson Beltrão

21:00 – 22:00 – Coquetel

SÁBADO – 22 de setembro

07:30 – 08:00 – Entrega de material

08:00 – 08:10 – Abertura

08:10 – 09:20 – SERVIÇOS DE ANESTESIA: TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS

08:10 – 08:30 – O Perfil do Anestesiologista Contemporâneo

08:30 – 08:50 – Como Compor um Portfólio de Serviços?

08:50 – 09:10 – O Anestesista e o Setor Saúde

09:10 – 09:20 – Audiência

09:20 – 10:30 – SERVIÇOS DE ANESTESIA: A CULTURA DA SEGURANÇA

09:20 – 09:40 – Segurança na Prática Anestésica

09:40 – 10:00 – Como Promover a Atualização e Aquisição de Competências?

10:00 – 10:20 – Desafios para o Ato Anestésico (CFM 2174/17)

10:20 – 10:30 – Audiência

10:30 – 11:00 – Coffee Break

11:00 – 12:10 – SERVIÇOS DE ANESTESIA: A CULTURA DA QUALIDADE

11:00 – 11:20 – Indicadores de Performance: Como Traduzi-Los em Melhorias dos Resultados

11:20 – 11:40 – O Anestesista e o Fluxo do Paciente Cirúrgico

11:40 – 12:00 – Qualidade e Satisfação do Paciente

12:00 – 12:10 – Audiência

12:10 – 14:00 – Almoço

14:00 – 15:10 – GESTÃO DE CRISES NO PERIOPERATÓRIO – Parada cardíaca

14:00 – 14:20 – PCR na Indução Anestésica

14:20 – 14:40 – PCR no CRPA

14:40 – 15:00 – Intoxicação Grave por Anestésico Local

15:00 – 15:10 – Audiência

15:10 – 15:40 – ANTICOAGULAÇÃO/ANTIAGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA E ANESTESIA REGIONAL

15:50 – 17:00 – GESTÃO DE CRISES EM OBSTETRÍCIA

15:50 – 16:10 – Síndromes Hemorrágicas em Obstetrícia

16:10 – 16:30 – Embolia de Líquido Amniótico

16:30 – 16:50 – Cesárea de Urgência em Paciente com Analgesia Peridural para Parto Vaginal

16:50 – 17:00 – Audiência

17:00 – 19:00 – Happy Hour com os expositores

DOMINGO – 23 de setembro

08:00 – 09:10 – ANESTESIA NO PACIENTE IDOSO

08:00 – 08:20 – Paciente Idoso com Agitação e Confusão no CRPA: Diagnóstico Diferencial e Manejo

08:20 – 08:40 – Polifarmácia no Paciente Idoso: Como Conduzir o Pré-Operatório

08:40 – 09:00 – Desafios na Analgesia Pós-Operatória do Idoso

09:00 – 09:10 – Audiência

09:10 – 10:20 – GESTÃO DE CRISES EM ANESTESIA (MISCELÂNEA)

09:10 – 09:30 – Regurgitação e Broncoaspiração

09:30 – 09:50 – Reação Tipo Alérgica Grave

09:50 – 10:10 – Hipertermia Maligna

10:10 – 10:20 – Audiência

10:20 – 10:50 – Coffee Break

10:50 – 12:00 – GESTÃO DE CRISES EM ANESTESIA PEDIÁTRICA

10:50 – 11:10 – Dificuldade de Ventilar e/ou Intubar

11:10 – 11:30 – PCR na Criança

11:30 – 11:50 – Hemorragia Intraoperatória na Criança

11:50 – 12:00 – Audiência

 

CURSOS

 

CIAPED – CURSO DE IMERSÃO EM ANESTESIA PEDIÁTRICA

21/09 – Aulas teórica, estações práticas e simulação realística

Coordenação:

Dra. Débora de Oliveira Cumino (SP)

Dra. Luciana Cavalcanti Lima (PE)

Vagas: 36

Carga horária: 8 horas

Horário: 8h às 12h / 14h às 18h

Estações Práticas – duração de 40 minutos para cada estação:

– Bloqueios com USG

– Acesso Venoso

– VAD Básico

– VAD Avançado

– RCP

– Ventilação Mecânica

 

SAVA – SUPORTE AVANÇADO À VIDA EM ANESTESIA

20 e 21/09/2018

O Suporte Avançado à Vida em Anestesia (SAVA) é um projeto educacional da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, subordinado ao Departamento Científico da SBA, que é desenvolvido por meio de um curso presencial para qualificação em prevenção, diagnóstico e tratamento de situações críticas em anestesia.

Coordenação:

Dr. Waston Vieira Silva (PE)

Vagas: 32

Carga horária: 16 horas

Horário: 8h às 12h / 14h às 18h

*OBS.: Devido à grande procura pelo curso, a SAEB disponibiliza mais uma turma do SAVA, logo após a Jorba 30, dias 29 e 30/09.

 

CURSO DE DOR PÓS-OPERATÓRIA

22/09/2018  

Público alvo: médicos, enfermeiros e fisioterapeutas.

Os inscritos na Jorba 30 terão isenção da taxa de R$ 100,00.

Coordenação:

Dr. Antônio Argolo Sampaio Filho (BA)

Vagas: 40

Carga horária: 4 horas

Horário: 8h às 12h

 

A Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) está lançando, em parceria com a Aspen Pharma, um projeto de videoaulas que já está disponível para todos os associados no site da SBA (www.sbahq.org). Para acessá-las, basta clicar no menu “Espaço Conhecimento” e “Videoaulas”. Dez videoaulas já podem ser visualizadas (incluindo a apresentação).

Cada aula assistida dará direito ao associado de responder cinco questões sobre o tema tratado. Caso obtenha um aproveitamento mínimo de 60% de acerto, o aluno acumulará uma pontuação equivalente a 0,6 no Certificado de Educação Permanente em Anestesiologia (CEPE-A).

Na avaliação do diretor Científico da SBA, Rogean Rodrigues Nunes, o novo projeto de videoaulas traz uma contribuição importante para a capacitação continuada dos médicos anestesiologistas. “Essa parceria com a Aspen Pharma está permitindo à SBA levar aos associados conteúdos relevantes, apresentados por profissionais de alta qualificação em nossa área”, afirmou Rogean.

Até o momento, as seguintes videoaulas estão disponíveis:

1. Apresentação do Módulo de Via Aérea (00:02:33 – Antonio Vanderlei Ortenzi)
2. Como reconhecer uma via aérea difícil (00:19:54 – Antonio Vanderlei Ortenzi)
3. Algoritmos de abordagem da via aérea (00:31:45 – Waston Vieira Silva)
4. Laringoscopia direta otimizada. Uso de dispositivos auxiliares para IT (estiletes, bougie, trocador de tubo) – (00:19:17 – Graziella Prianti Cunha)
5. Dispositivos extraglóticos (de primeira e segunda geração + de intubação) – (00:29:25 – Márcio de Pinho Martins)
6. Videolaringoscópios (00:18:58 – Márcio de Pinho Martins)
7. Intubação por Fibroscopia Flexível (00:18:49 – Antonio Vanderlei Ortenzi)
8. Acesso invasivo à via aérea: intubação retrógrada e cricotireoidostomia (00:23:07 – Graziella Prianti Cunha)
9. Ultrassonografia e via aérea (00:20:02 – Waston Vieira Silva)
10. Preparo para intubação acordado (00:27:25 – Waston Vieira Silva)

A Diretoria da SBA, juntamente com sua assessoria jurídica, trabalharam no sentido de prestar mais esclarecimentos para os médicos anestesiologistas associados sobre transfusão sanguínea em pacientes Testemunhas de Jeová.

Optamos por produzir um texto que abranja todos os aspectos da relação jurídica estabelecida entre hospital/serviço de anestesia/médico anestesista/paciente nas situações em que o paciente apresenta sua objeção à hemotransfusão.

Retiramos do centro das atenções a religião professada pelo paciente que recusa a transfusão sanguínea, encarando o paciente exclusivamente como um sujeito que possui direitos e obrigações, residente no Brasil, sujeito ao sistema jurídico brasileiro e que, por consequência, terá a autonomia da sua vontade condicionada à legislação vigente.

Conclusão

A questão atinente aos pacientes que apresentam recusa de hemotransfusão deve ser encarada com respeito, transparência e tranquilidade pela classe médica.

É direito de qualquer paciente, seja ele Testemunha de Jeová ou não, recusar a hemotransfusão, e este direito deve ser respeitado pelos médicos e profissionais de saúde, que não devem coagi-lo a fornecer qualquer tipo de “autorização” e /ou “declaração” em desacordo com suas convicções pessoais.

O médico tem o dever de respeitar a autonomia e autodeterminação do paciente, evitando a transfusão sanguínea, mediante um planejamento prévio e mais apurado do procedimento anestésico e cirúrgico, com a adoção de técnicas alternativas que possam garantir a autodeterminação do paciente.

A regra geral do atendimento do paciente que recusa a hemotransfusão é a seguinte: 1) em não havendo iminente risco de morte, a vontade do paciente ou de seus responsáveis deve prevalecer; 2) em havendo iminente risco de morte, o médico deve tomar as providências necessárias para manutenção da vida e da saúde do paciente, independentemente da sua vontade ou da vontade de seus representantes legais, se não houver outro recurso, senão a hemotransfusão, para salvar a sua vida.

A realização da consulta pré-anestésica para procedimentos eletivos é obrigatória, recomendando-se que seja efetuada em consultório médico antes da admissão do paciente no hospital, ocasião em que o médico anestesiologista tomará conhecimento das restrições impostas pelo paciente, bem como do seu quadro clínico, o que permitirá o planejamento adequado do procedimento anestésico de forma a evitar ao máximo a transfusão sanguínea, a qual somente será realizada em caso extremo, de risco iminente de morte.

Deverá o médico anestesiologista recusar-se a realizar o procedimento anestésico nas seguintes circunstâncias: a) de não se sentir capacitado para a realização de procedimento anestésico sem hemotransfusão, com a aplicação de técnicas alternativas; b) se o paciente não se encontrar em condições clínicas adequadas; e c) em situação em que o centro cirúrgico ou a equipe de saúde não esteja em condições de garantir o sucesso das técnicas alternativas necessárias.

Nas cirurgias eletivas, em havendo motivação de ordem pessoal que coloque o médico em conflito com os seus ditames de consciência, o mesmo poderá apresentar sua objeção e recusar-se a prestar os serviços de caráter eletivo, excetuada a situação de ausência de outro médico que possa atender o paciente.

No caso de cirurgias de urgência e emergência, se esgotados todos os meios e técnicas alternativas disponíveis no momento do procedimento, e estando o paciente em risco de morte, sendo a hemotransfusão a única alternativa de tratamento possível, o médico anestesiologista está legalmente autorizado a procedê-la, independentemente de tratar-se de paciente menor de idade ou adulto, não necessitando de ratificação pelo paciente ou seu representante legal.

As instituições hospitalares devem organizar os seus serviços, na forma estabelecida no artigo 2º da Resolução CFM nº 2.174/2017, garantindo os direitos de personalidade dos pacientes e a segurança dos procedimentos cirúrgicos e anestésicos a serem realizados (com ou sem transfusão de sangue) em suas instalações.

Por fim, o direito de recusa à hemotransfusão deve ser garantido e observado por todos aqueles que se relacionam com o paciente (familiares, médicos, enfermeiros, hospitais e Estado), de forma a conferir ao paciente um tratamento respeitoso, que viabilize a criação de um ambiente de civilidade e acolhimento nos serviços de saúde de todo o país.”

Responsabilidade técnica deste parecer: Dra. Adriana de Alcântara Luchtenberg e Dra. Claudia Barroso de Pinho Tavares Montanha Teixeira – Assessoria Jurídica da SBA.

Diretoria da Sociedade Brasileira de Anestesiologia