Declaração conjunta sobre o Dia Mundial da Segurança do Paciente (17/09) setembro 15, 2020setembro 15, 2020 Carlos As sociedades técnico-científicas, redes de profissionais de saúde, conselhos profissionais, conselhos de secretarias de saúde e demais instituições direta ou indiretamente relacionadas à Segurança do Paciente, abaixo-assinadas, conclamam a todos, brasileiras e brasileiros, nos 26 estados e no Distrito Federal a aderirem e participarem do Dia Mundial pela Segurança do Paciente, iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS). No dia 17 de setembro de 2020 será celebrado o Dia Mundial da Segurança do Paciente. Neste ano, em que o mundo está enfrentando a emergência sanitária da pandemia da SARS-CoV-2, a OMS, através de seus estados-membros, lançará uma campanha mundial com o tema “Segurança do trabalhador da saúde: uma prioridade para a segurança do paciente”. Veja a declaração na íntegra
1º Fórum Internacional para Segurança do Paciente setembro 14, 2020setembro 14, 2020 Carlos Com palestras e conteúdos pensados para proporcionar novos conhecimentos e compartilhar visões e experiências sobre a saúde e segurança de pacientes e profissionais da área, a Aspen Pharma, filial brasileira da farmacêutica sulafricana, realizará o 1º Fórum Internacional para Segurança do Paciente nos dias 16 e 17 de setembro. As inscrições gratuitas podem ser feitas pelo link: https://www.aspensegurancadopaciente.com.br/ O fórum reunirá especialistas reconhecidos mundialmente e que integram as mais renomadas instituições focadas na segurança do paciente como a AMIB, Fundação para a Segurança do Paciente, IBSP, ISMP, SAESP, SBA, SBRAFH, SOBECC e Sobrasp. Anestesiologistas, enfermeiros, farmacêuticos, intensivistas e psicólogos, todos unidos, discutindo as melhores práticas para a segurança do paciente. Com formato adaptado ao novo contexto da pandemia da Covid-19, a primeira edição do fórum será totalmente virtual. Os seminários e palestras terão com principal objetivo incentivar a discussão científica, sempre com foco na qualidade assistencial e segurança dos pacientes Confira a programação completa e garanta sua inscrição no link: https://www.aspensegurancadopaciente.com.br/ SERVIÇO: 1º Fórum Internacional de Segurança do Paciente Data: 16 e 17 de setembro de 2020 Horário: das 17h30 às 21h30
Siso: ansiedade e tristeza são temas de palestra setembro 14, 2020setembro 26, 2020 Carlos A pandemia modificou a forma como as pessoas se relacionam e o ambiente de trabalho para muitos brasileiros, no entanto, para os profissionais de saúde algumas mudanças não foram possíveis. Eles atuam incansavelmente para o combate à doença e assistência de milhares de pacientes que chegam aos hospitais em busca de tratamento. Como reflexo da dedicação, os profissionais tiveram impactos significativos na saúde, física, mental, social e ocupacional. Para discutir o tema, a Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) promoverá no dia 26 de setembro, entre 9h e 17h, a oitava edição do Simpósio de Saúde Ocupacional (Siso). O evento contará com nomes de peso no tema, entre eles o dr. Antônio Egidio Nardi, professor titular de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro da Academia Nacional de Medicina e da Academia Brasileira de Ciências. O especialista trará à tona temas que ainda são vistos como tabu na área, como ansiedade, depressão e drogadição. Confira abaixo a entrevista com o especialista e aproveite para se inscrever no Siso. SBA – Poderia falar um pouco sobre a sua palestra e a relação dela com a anestesiologia? Dr. Antônio Egidio Nardi – Vou mostrar que os índices de depressão e ansiedade aumentaram muito na sociedade como um todo e que temos que nos adaptar a essa nova realidade. No caso específico dos médicos, vou mostrar que esse aumento de ansiedade e de depressão é algo que nos preocupa porque muitos não procuram o tratamento e no caso específico da anestesiologia, que é uma especialidade extremamente exposta a contaminação pela Covid, o nível de ansiedade e de depressão aumentou de forma assustadora, fazendo com que a saúde ocupacional dos anestesiologistas deva ser um foco importante nessas medidas preventivas para evitar a depressão os transtornos de ansiedade. “Todo tabu e todo preconceito vem do desconhecimento. DR. ANTÔNIO EGIDIO NARDI SBA – Qual a importância de discutir a Saúde Ocupacional em um cenário de pandemia que vivemos?Dr. Antônio Egidio Nardi – Como todos nós notamos, a pandemia afeta a nossa saúde de uma forma global, tanto a saúde física, mental, social, quanto a saúde ocupacional, qualquer que seja a nossa forma de trabalho ela mudou. No caso específico dos profissionais de saúde, a mudança foi muito radical e estressante porque todos nós ficamos muito ansiosos com a nossa saúde e a de nossos colegas e pacientes, porque, principalmente, os profissionais de saúde se tornaram uma população de risco para a contaminação da Covid-19. >Faça a sua inscrição no Siso 2020 Como vimos vários colegas de diferentes áreas da saúde serem contaminados pela doença e alguns falecerem, as precauções que todos nós temos que tomar neste momento são ainda mais especiais na área da saúde. SBA: Os profissionais que atuam na linha de frente das pandemias tentem a sofrer mais com ansiedade e doenças ocupacionais? Por quê? Dr. Antônio Egidio Nardi – Sim, sem dúvida. Esses profissionais se enquadram como população de risco porque lidam com pessoas já contaminadas com a Covid. Alguns de nós já possuem fatores de risco como idade, hipertensão arterial, obesidade, entre outros, então ficamos muito preocupados com o fato de também podermos transmitir a Covid para outras pessoas, por isso o trabalho passa a ser um fator de estresse, primeiro pela questão da exposição, depois pela possibilidade de contaminar outras pessoas e, por fim, pelo aumento drástico da necessidade de assistência médica e de assistência hospitalar nas diferentes especialidades, o que faz com que os profissionais de saúde tenham tido um aumento significativo de trabalho durante a pandemia, então é um trabalho maior grande responsabilidade e exposto a fatores de risco. Todos nós perdemos colegas de trabalho nesse período pela infecção pela Covid mostrando ainda mais esta reação de luto e de estresse que todos nós estamos prevendo. SBA – Em algumas áreas falar sobre depressão, ansiedade e dependência química ainda é um tabu, porque acha que isso ocorre? Dr. Antônio Egidio Nardi – Isso ocorre, no meu entender, pelo desconhecimento. Todo tabu e todo preconceito vem do desconhecimento. Depressão, os transtornos de ansiedade ou o abuso que leva à dependência química, tudo isso deve ser encarado de uma forma direta, informativa e preventiva porque são doenças que devem ser identificadas e tratadas. No caso da depressão e dos transtornos de ansiedade, existem diferentes tipos de tratamento que faz com que os resultados sejam bem favoráveis. Na questão da dependência química, a situação é mais complexa porque exige demais a colaboração do paciente, muitas vezes a substância a qual ele é dependente é de fácil acesso e isso faz com que é seja muito difícil para o indivíduo, ou para a equipe que o está tratando, ficar distante da substância a qual ele é dependente. Mas é necessário entender que são transtornos mentais graves com risco de suicídio e agora que estamos em períodos de setembro amarelo, mês dedicado à prevenção do suicídio, é uma pena que ainda exista um tabu e que ainda exista desconhecimento e certa desvalorização do sofrimento psíquico e emocional na nossa sociedade. SBA – A longo prazo, acredita que teremos impactos significativo nos profissionais da saúde? Quais seriam?Dr. Antônio Egidio Nardi – Nós já estamos tendo impactos significativos nos profissionais de saúde, chamam de até uma quarta onda, uma onda que virá após a pandemia em relação à saúde mental da população em geral, mas, como falei nas respostas anteriores, os profissionais de saúde formam uma categoria especialmente exposta ao stress, exposta a situações de risco, então os anestesiologistas e médicos de todas as especialidades acabam se caracterizando como uma população de risco para transtornos mentais, principalmente depressão, ansiedade e dependência química pelo fácil acesso as substâncias que favorecem a esse tipo de problema. E tudo isso aumenta, inclusive, o risco de suicídio. Então, nós temos que falar abertamente sobre os transtornos mentais, sobre o suicídio, o qual pode ser prevenido desde que tenhamos consciência disso e que não incentivemos nenhum tipo de tabu ou preconceito ligado ao tema. Falar sobre o assunto aumenta o nível de informação e faz com que as pessoas procurem ajuda. O Siso é um evento gratuito e tem por objetivo discutir e conscientizar os anestesiologistas brasileiros sobre a importância de exercer sua profissão sem deixar de lado a saúde física e mental. Nesta edição, a programação do evento trará para discussão temas como drogadição e ansiedade, bem como fará uma revisão dos compromissos firmados na Carta de Recife e abordará as dificuldades e expectativas do anestesiologista na prática clínica diária, segmentado por gerações.
“O suicídio é mais que um ato avulso”, dra. Michelle Nacur Lorentz setembro 11, 2020setembro 28, 2020 Carlos Autora: dra. Michelle Nacur Lorentz Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria, em parceria com o Conselho Federal de Medicina, organiza o Setembro Amarelo, mês da prevenção ao suicídio. O objetivo é conscientizar a população sobre os fatores de risco para o suicídio e incentivar o tratamento dos transtornos mentais, principal responsável pelo comportamento suicida. Em 2016, a Organização Mundial da Saúde estimou a taxa de 10,6 suicídios por 100 mil pessoas, com 80% ocorrendo em países de média e baixa renda. Cerca de 800 mil pessoas morrem ao ano em decorrência do suicídio, representando 1,5% de todas as mortes. As taxas de suicídio variam de acordo com idade e sexo, sendo mais altas entre os homens e idosos. Nos EUA representa a 10ª causa de óbito, sendo a principal causa entre jovens de 15 a 24 anos. É importante destacar que o suicídio é mais que um ato avulso, é um processo que começa com pensamentos suicidas (ideação), seguido por um plano que pode ou não ser bem sucedido. Aproximadamente 160 milhões de pessoas expressam pensamentos suicidas. Para cada morte por suicídio, há 20 tentativas, totalizando anualmente 16 milhões de tentativas. No Brasil são registrados cerca de 12 mil suicídios ao ano. Trata-se de uma triste realidade que acomete principalmente os nossos jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio são relacionados a transtornos mentais como depressão, esquizofrenia, abuso de substâncias e transtorno bipolar. Outros fatores predisponentes incluem tentativa anterior, abuso sexual na infância, história familiar de comportamento suicida e perda de um dos pais por suicídio na primeira infância. Fatores predisponentes podem se associar a fatores precipitantes resultando em mudanças psicológicas, fazendo o indivíduo sentir-se sozinho, sem esperança e oprimido, o que, por sua vez, leva ao isolamento social, piorando o sentimento depressivo. Tais alterações psicológicas combinadas com acesso a meios letais, pode permitir o suicídio. Dentre os fatores precipitantes, a vida estressante e eventos como dificuldades no relacionamento (particularmente separação do cônjuge), morte do parceiro e morte por suicídio de alguém próximo devem ser considerados. Outro fator precipitante seria receber um diagnóstico de uma condição médica crônica, particularmente nas primeiras semanas após o diagnóstico de câncer. O risco de suicídio também é alto entre as vítimas de agressão e prisioneiros. Em nível populacional, desastres naturais podem agir como gatilhos para o suicídio. Paradoxalmente, os ataques terroristas parecem ser temporariamente proteção contra suicídio em populações expostas (maior coesão social pode ter explicado a menor taxa de suicídio em Nova York nos meses após os ataques de 11 de setembro de 2001). Há relatos de aumento nas taxas de suicídio após o suicídio de uma celebridade. Fatores sociais, particularmente adversidades econômicas, podem impactar no risco de suicídio. Embora pessoas em profissões não qualificadas tenham maior risco de suicídio, profissões com acesso a meios letais para suicídio também apresentam altas taxas, como fazendeiros, enfermeiras, veterinários, médicos e policiais. Há evidências de que anestesistas estejam em risco maior de cometer suicídio entre a classe médica, principalmente as mulheres. As teorias para essa evidência incluem o conhecimento e acesso a medicamentos potencialmente letais e seus meios de administração, estresse e tipos de personalidade dos médicos que escolhem a anestesiologia. De 2001 a 2015 86% dos suicídios entre anestesistas foi por envenenamento, sendo 83% com fármacos anestésicos. História de depressão, eventos adversos na vida como problemas de relacionamento e financeiros figuram entre os fatores de risco acrescidos a estresse por bullying, demanda física e emocional alta, efeitos do envelhecimento, cansaço e longas jornadas de trabalho, provas e personalidade perfeccionista, além da relutância em buscar ajuda médica. Dentre as medidas de prevenção destacam-se: estar ciente dos fatores de risco, sinais e sintomas. Procurar por ajuda profissional precoce. Procurar ajuda de familiares, colegas e amigos. Recomenda-se que aqueles profissionais com ideação suicida deveriam traçar um plano de segurança. Tratamento farmacológico para transtornos psiquiátricos deve ser feito idealmente com acompanhamento especializado. Aproximadamente 160 milhões de pessoas expressam pensamentos suicidas. No âmbito institucional as sociedades representativas estão atentas ao tema desenvolvendo ferramentas e guidelines cujos objetivos são: aumentar a consciência do suicídio e as vulnerabilidades associadas, fatores de risco e precipitantes, enfatizar modos seguros de responder a indivíduos em risco e seus colegas, dar suporte a esses profissionais e desenvolver departamentos e organizações para lidar com o suicídio. É de extrema importância que todos entendam que depressão e outros transtornos psiquiátricos podem e devem ser tratados. Importantíssimo também estarmos atentos aos sinais de alerta que possam advir de alguns colegas e abordarmos com empatia, solidariedade e seriedade as pessoas em situações de risco para o suicídio mostrando a cada uma que estamos todos juntos. Referências: 1. Allan H. Ropper, M.D. – Suicide. N Engl J Med 2020; 382:266-74. 2. Schinde S, Yentis S M, Asanati K, Coetzee R H, et al – Guidelines on suicide amongst anaesthetics 2019. Anaesthesia 2020; 75: 76-10
Artigo: Anestesia e sua capacidade de adaptação durante a pandemia setembro 11, 2020setembro 28, 2020 Carlos Autores: Regiane Xavier Dias, Guilherme H. Moura, Andre Luis Ottoboni Por conta da pandemia, o ano de 2020 está sendo marcado por muitas mudanças no sistema de saúde com impacto socioeconômico significativo. A humanidade se viu envolvida em uma situação inimaginável e os profissionais de saúde na linha de frente deste caos. Muitas perguntas sem respostas, problemas de comunicação com impacto nas medidas governamentais e no entendimento da população. Tomadas de decisão, cuja repercussão vêm causando incertezas e ansiedades. Neste cenário conturbado em que a comunicação tem se fortalecido como um fator fundamental, nossa especialidade percebeu que o escopo e as atividades estão em constante mudança e que haveria necessidade de se reinventar. Práticas de segurança relacionadas ao uso de equipamentos de proteção, técnicas de assepsia e preocupação com infecção hospitalar que já eram tópicos abordados constantemente pela especialidade, tornaram-se assunto indispensável durante o atendimento do paciente suspeito pela infecção Covid-19. Contudo, profissionais cuja especialidade é voltada à interação com o paciente de forma temporária, pontual, para um determinado procedimento, foram expostos a um ambiente não tão desconhecido, mas um tanto hostil, a unidade de terapia intensiva (UTI). Enfrentando seus medos em prol das necessidades e do propósito, os anestesistas começaram a colocar em prática o cerne da sua expertise. Em consequência da formação, os anestesistas são os profissionais que mais se aproximam dos intensivistas, tanto pelo conhecimento no cuidado de pacientes críticos, quanto para a realização de procedimentos, como intubação e manejo de dispositivos vasculares. Mesmo com todas essas semelhanças, o ambiente não era totalmente confortável. Muitos pacientes graves, o medo da doença em si, atenção redobrada, manejos dos quais não estávamos habituados, porém, independente de todas essas dificuldades, tínhamos a certeza de que a vontade, perseverança e resiliência iriam sobressair. Com este espírito, iniciamos os trabalhos nas UTIs de diversos hospitais, tanto naqueles em que já frequentávamos o centro cirúrgico, quanto em outros que precisavam da nossa ajuda. Na maior parte das vezes, fomos recebidos por profissionais médicos que nos apoiaram e por uma equipe multiprofissional solícita. Todas as adversidades foram ultrapassadas em conjunto e se tínhamos alguma dúvida sobre a força do trabalho em equipe, esta desvaneceu ao longo destes meses de convivência. As práticas de segurança tão protocolares deixaram de ser um fator de desacordo e o contato com o paciente e seus familiares efêmero, colocando-nos diante de um papel primordial como interlocutores, principalmente em um momento em que empatia e compaixão nunca foram tão valorosos. Em um primeiro momento, tivemos a percepção que estávamos entregando muito frente a tanto risco e hesitação. Não fazemos ou fazíamos ideia do ganho pessoal e espiritual que tivemos a oportunidade de vivenciar. Questões técnicas, não técnicas, informação, comunicação, trabalho em equipe, foco no paciente e, sobretudo, o cuidado pessoal foram alguns dos elementos em que todos, cujo cerne do trabalho é a qualidade e segurança, estiveram envolvidos no momento mais crucial da pandemia. A Segurança como uma das dimensões mais importantes da Qualidade mobilizou diversas áreas dos hospitais, incluindo a Anestesia, com a finalidade de que protocolos sobre fluxo operacional, utilização de EPIs, manejos ventilatório e de via aérea fossem constantemente atualizados e divulgados em canais de comunicação efetivos. Contudo, não eram apenas questões técnicas, da rotina profissional que precisávamos ter atenção. Aspectos relacionados ao cuidado centrado na pessoa foram fundamentais para que pudéssemos nos sensibilizar com o outro e procurar meios de superar nossas próprias ansiedades. Com base em todas essas premissas, imaginamos que o melhor método para compartilhar experiências, angústias e incertezas era através dos relatos dos profissionais que estiveram à frente do combate à esta pandemia. Através de histórias emocionantes pudemos nos identificar e todo o ambiente, conflito e sentimento foram transmitidos de forma única. Por exemplo, de acordo com o relato da dra. Ana Paula Souza Vieira dos Santos, anestesiologista há mais de 20 anos, o grande desafio era não ser controlada pelo medo. “Quando tudo isso começou, senti muito medo. O que eu faria? Na verdade, o que faríamos? Exatamente o que estamos fazendo: cuidar das pessoas. Fomos com medo misturado à coragem”. Para a dra. Talitha Gonçalez Lelis, resiliência é uma das palavras que melhor resume o período atual. “Desafios não faltam nesses tempos na UTI: aceitar o inevitável, sentir que não desistir pode significar a vitória da vida e aprender sempre! Cada dia é um dia diferente, oscilando entre tristezas e alegrias. Penso que somos privilegiados por termos nos reinventado numa situação inédita em nossa profissão e no mundo.” O dr. Rômulo Augusto da Silva Batista reforçou a necessidade da persistência em um cenário de dúvidas e incertezas. ”Assim seguimos, nos equilibrando nesse paradoxo da morte personificada que ora nos cobra objetividade, ora nos congela, mais por meios do que por fins, mais por um caminho, do que por um objetivo em si, mais por uma missão, do que por uma obrigação”. Estes e tantos outros relatos que pudemos ler e ouvir, reforça o sentimento de que esta pandemia pode ter nos tirado da zona de conforto e nos incitado a superar nossas capacidades, mas acima de tudo está nos proporcionando a oportunidade de recriarmos nós mesmos e ressignificarmos nossas vidas
Artigo: Violência contra médicos, escutem a nossa voz setembro 11, 2020setembro 28, 2020 Carlos Autora: dra. Michelle Nacur Lorentz No dia 28 de agosto deste ano, uma médica, plantonista da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do interior de Minas Gerais, foi vítima de violência física perpetrada por uma paciente e seu acompanhante que queriam ser atendidos antes dos outros pacientes. Os agressores, presos em flagrante, foram liberados no mesmo dia. Fiscalização na referida UPA evidenciou situações semelhantes vividas por outros médicos, os quais relataram a frequência das ofensas aos médicos da unidade através das redes sociais, fomentando a agressividade da população. Casos de agressão verbal e física, até tentativas de assassinato contra médicos noticiados em diferentes estados, chegam ao conhecimento da população através das manchetes dos jornais. No entanto, esse fenômeno parece ser ainda maior, devido à subnotificação, o que configura uma verdadeira tragédia: os médicos tornaram-se vítimas silenciosas não apenas de algozes contumazes (pessoas com passagens na polícia), como também de pacientes e familiares insatisfeitos com a precária infraestrutura do sistema de saúde do país. Os relatos de violência são mais comuns na rede pública, onde os pacientes sofrem por conta da precariedade estrutural. A falta de profissionais, de equipamentos, de medicamentos e as longas filas de espera fazem com que os pacientes canalizem sua insatisfação para os profissionais de saúde, desferindo todo tipo de agressão, desde ameaça, violência moral, física e patrimonial. As consequências são devastadoras com perda da motivação profissional, diminuição da produtividade, longas ausências ao trabalho, esgotamento, depressão, stress pós-traumático e em até mesmo ideação suicida. A revisão de um estudo publicada em 2016 pela New England Journal of Medicine, sobre violência contra profissionais de saúde nos EUA, relata que 89% das agressões contra médicos foram praticadas por pacientes, 9% por familiares dos pacientes e 2% por amigos dos pacientes. 78% dos médicos dos departamentos de emergência relataram ser alvos de violência no local de trabalho, sendo 75% ameaças verbais, 21% agressões físicas, 5% confrontos fora do local de trabalho e 2% perseguição. Em São Paulo, o Conselho Regional de Enfermagem (Coren – SP) e o Conselho Regional de Medicina (Cremesp) evidenciam que sete em cada 10 profissionais da saúde já sofreram alguma agressão cometida por paciente ou seus familiares. Apontaram, ainda, que 59,7% dos médicos e 54,7% dos profissionais de enfermagem são afetados por esse problema. A Associação Paulista de Medicina, corrobora esses dados ao apontar que 70% das agressões feitas aos médicos é verbal, 15% correspondem a ataques físicos e 12% ameaças. Consciente de tal situação o Conselho Federal de Medicina (CFM) encaminhou pedido formal às autoridades brasileiras pedindo providências urgentes no sentido de prevenir e combater as diferentes situações de violência que envolvem os médicos e outros membros das equipes de saúde. A autarquia pediu ainda o apoio e a adoção de medidas para combater os problemas de infraestrutura e de recursos humanos nas unidades de atendimento da rede pública. Os Médicos clamam por respeito e segurança. Escutem nossa voz! No momento em que escrevo este artigo, tramitam na Câmara dos Deputados projetos que tratam da segurança dos médicos e profissionais de saúde visando tipificar de forma mais gravosa os crimes de lesão corporal, contra a honra, ameaça e desacato, quando cometidos contra médicos e demais profissionais da saúde no exercício da sua profissão. Vivemos em um país onde as injustiças prosperam e onde o médico é visto como abastado e responsável pelas mazelas do sistema de saúde. Na verdade, a grande maioria trabalha em condições precárias e são tão vítimas quanto os próprios pacientes. Da mesma forma que o professor é agredido em sala de aula, as agressões contra médicos nos levam a pensar quais valores estão sendo incutidos em uma nação onde as profissões que são verdadeiros pilares da sociedade têm seus profissionais agredidos de forma sistemática.
Siso 2020: inscreva-se agora mesmo setembro 11, 2020setembro 28, 2020 Carlos Já estão abertas as inscrições para a oitava edição do Simpósio de Saúde Ocupacional (Siso), evento que será realizado pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) no dia 26 de setembro, das 9h às 17h. Este ano, por conta da pandemia pelo novo coronavírus, o evento será promovido totalmente online através da plataforma zoom e, para os Médicos em Especialização, contará 5 pontos no CEPE-A. O Siso é um evento gratuito e tem por objetivo discutir e conscientizar os anestesiologistas brasileiros sobre a importância de exercer sua profissão sem deixar de lado a saúde física e mental. Nesta edição, a programação do evento trará para discussão temas como drogadição e ansiedade, bem como fará uma revisão dos compromissos firmados na Carta de Recife e abordará as dificuldades e expectativas do anestesiologista na prática clínica diária, segmentado por gerações. INSCRIÇÃO PROGRAMAÇÃO
Dia Mundial da Segurança do Paciente alerta para cuidados nos atendimentos de saúde setembro 11, 2020setembro 28, 2020 Carlos Celebrado nesta terça-feira, 17 de setembro, o Dia Mundial da Segurança do Paciente tem o objetivo de conscientizar profissionais de saúde, gestores, órgãos governamentais, pacientes, educadores e sociedade civil sobre a necessidade da implementação das práticas de segurança dentro dos serviços de saúde. Tal ação contribui para minimizar riscos e danos ao paciente, refletindo na melhoria da qualidade do cuidado prestado nos serviços de saúde do país. Os danos ao paciente por eventos adversos são uma das principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo. Segundo estimativa da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), 134 milhões de eventos adversos ocorrem anualmente devido à atenção insegura em hospitais, nos países de baixa e média renda, contribuindo para 2,6 milhões de mortes.
Campanha OMS: trabalhadores de saúde seguros, pacientes seguros setembro 11, 2020setembro 28, 2020 Carlos Reconhecendo a segurança do paciente como central na prestação de atenção à saúde e no fornecimento da cobertura universal de saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS) trouxe como tema central do World Patient Safety Day a “Segurança do trabalhador de saúde: uma prioridade para a segurança do paciente”. A pandemia da Covid-19 revelou os enormes desafios e riscos que os profissionais de saúde estão enfrentando globalmente, incluindo infecções associadas aos cuidados de saúde, violência, estigma, distúrbios psicológicos e emocionais, doenças e até mesmo a morte. Além disso, trabalhar em ambientes estressantes torna os profissionais de saúde mais sujeitos a erros que podem causar danos ao paciente. A campanha foi lançada como marco para discutir o tema no mês do Dia Mundial da Segurança do Paciente. Participe da ação: https://www.who.int/patientsafety/en/ Ainda sobre as ações desenvolvidas pela OMS sobre o tema, até o dia 28 de setembro a organização estará promovendo uma consulta pública para a revisão do esboço do Plano de Ação Global para a Segurança do Paciente 2021-2030. Para enviar seu feedback, acesse: https://extranet.who.int/dataformv3/index.php/959279?lang=en
Siso 2020: inscreva-se agora mesmo setembro 8, 2020setembro 26, 2020 Carlos As inscrições para participar do VIII Siso já estão abertas e podem ser feitas diretamente por aqui. Já estão abertas as inscrições para a oitava edição do Simpósio de Saúde Ocupacional (Siso), evento que será realizado pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) no dia 26 de setembro, das 9h às 17h. Este ano, por conta da pandemia pelo novo coronavírus, o evento será promovido totalmente online através da plataforma zoom e, para os Médicos em Especialização, contará 5 pontos no CEPE-A. O Siso é um evento gratuito e tem por objetivo discutir e conscientizar os anestesiologistas brasileiros sobre a importância de exercer sua profissão sem deixar de lado a saúde física e mental. Nesta edição, a programação do evento trará para discussão temas como drogadição e ansiedade, bem como fará uma revisão dos compromissos firmados na Carta de Recife e abordará as dificuldades e expectativas do anestesiologista na prática clínica diária, segmentado por gerações. Confira abaixo a programação completa do evento 9h – AberturaDr. Rogean Rodrigues Nunes, diretor presidente da SBA 9h10 – 10h10. Ansiedade e tristeza em períodos de crise: o impacto na saúde mental– Dr. Marcos Antonio Costa de Albuquerque, vice-diretor do Departamento Científico da SBA– Dr. Antônio Egidio Nardi, professor titular de Psiquiatria da UFRJ, membro da Academia Nacional de Medicina e da Academia Brasileira de CiênciasModerador: dr. Luis Antonio dos Santos Diego, diretor do Departamento de Defesa Profissional da SBA 10h10 – 10h30. Intervalo | ginástica laboral – Profissional de educação física Flávio Leal 10h30 – 11h30. Considerações legais: anestesiologista e drogadição– Projeto WE CARE da Saesp: dra. Rita de Cássia Rodrigues– Atualização das Jurisprudências contra/para o anestesiologista: dr. Celso Papaleo, advogado– Impacto na prática do anestesiologista e segurança do paciente: dr. André Luis Ottoboni, presidente da Comissão de Qualidade e Segurança em Anestesia– Retorno após recuperação de drogadição: dra. Andréa Detoni, magistradaModerador: dr. Pablo Detoni, presidente da Comissão de Saúde Ocupacional 11h30 – 12h30. Carta de Recife: apresentação de atividades nas regionais em 2019/2020 12h30 – 14h. Intervalo para almoço 14h – 15h. Dificuldades e expectativas do anestesiologista na prática clínica diária– Opinião Geração Baby Boomers: dr. Antonio Roberto Carraretto– Opinião Geração X: dr. Mauro P. Azevedo– Opinião Geração Y: dra. Roberta B. Caldas– Opinião Geração Z: dr. Rodolpho Azzi SaidlerModerador: dr. Antonio Roberto Carraretto 15h – 15h15. Intervalo | ginástica laboral – Profissional de educação física Flávio Leal 15h15 – 16h30. Revisão dos compromissos da Carta de Recife 16h30 – 17h. Discussão e atualização 17h. Encerramento