Anestesia Caudal Guiada por Ultrassom TOTW439 abril 13, 2021abril 21, 2021 Carlos O uso da anestesia regional em crianças está aumentando. Está se tornando parte integrante da analgesia trans e pós-operatória. As técnicas regionais em crianças são mais frequentemente realizadas sob anestesia geral. Mais da metade das técnicas regionais realizadas em crianças é de anestesia peridural caudal. Este tutorial irá resumir a segurança da anestesia regional em crianças, toxicidade da anestesia local pediátrica, uso de ultrassom em anestesia regional pediátrica e a discussão aprofundada sobre técnicas de peridural caudal guiadas por ultrassom e a anatomia relacionada.
Manejo da Dor Pós-amputação de Membros TOTW 438 abril 12, 2021maio 28, 2021 Carlos O fenômeno da dor no membro fantasma DMF foi descrito pela primeira vez por Ambroise Pare´, um cirurgião militar francês, no século XVI.1 Desde então a DMF permanece um tanto enigmática, faltando um entendimento claro do mecanismo fisiopatológico. Com conflitos militares em andamento e risco aumentado de doença vascular periférica, as síndromes de dor pós-amputação de membros continuam a desafiar a comunidade médica. Acesse o Quiz
Síndrome da Infusão de Propofol TOTW 435 abril 11, 2021abril 21, 2021 Carlos Propofol é um agente anestésico intravenoso não barbiturato que foi aprovado para uso em 1989. Como acontece com muitos agentes anestésicos gerais, produz seus efeitos hipnóticos ao potencializar os efeitos do neurotransmissor inibidor ácido gama-aminobutírico (GABA). É uma droga importante que é amplamente utilizada em todo o mundo. Atualmente está na “Lista Modelo de Medicamentos Essenciais” da Organização Mundial da Saúde (OMS), que lista o que a OMS considera ser os medicamentos mais eficazes e seguros necessários para atender às necessidades de um sistema de saúde.1 Propofol é amplamente utilizado para a indução e manutenção da anestesia geral, e também possui muitas propriedades que favorecem seu uso como agente sedativo em pacientes graves. Note-se que 70% do uso de propofol em todo o mundo é para sedação. Essas propriedades incluem o seguinte: início e interrupção de ação rápidos; propriedades sedativas, ansiolíticas, antieméticas e anticonvulsionantes; e propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes benéficas. Possui um excelente perfil de segurança, entretanto é reconhecida uma complicação rara e potencialmente fatal chamada síndrome da infusão de propofol (PRIS). O primeiro caso relatado dessa síndrome ocorreu em 1990, em uma criança de 3 anos na Dinamarca. Dois anos depois, uma série de casos foi publicada no British Medical Journal, descrevendo apresentações semelhantes em 5 crianças pequenas.2 Um estudo da Food and Drug Administration dos Estados Unidos naquele ano não conseguiu encontrar uma ligação entre propofol e mortes adicionais, mas o uso de propofol para sedação pediátrica foi abandonado pouco depois, explicando em parte porquê a literatura subsequente se refere principalmente a pacientes adultos. Apresentações semelhantes em adultos começaram a ser relatadas durante o final da década de 90, começando em 1996 com o caso de uma mulher de 30 anos internada com exacerbação de asma e que recebeu sedação e ventilação invasiva. O objetivo deste tutorial é resumir os aspectos clínicos, fisiopatologia e manejo desta situação.
Informações Básicas sobre Máscaras e Respiradores TOTW 434 abril 10, 2021abril 21, 2021 Carlos pandemia recente de COVID-19, causada pelo novo coronavírus SARS-CoV2, levou o mundo a uma escassez de equipamentos de proteção individual (EPI) para profissionais da saúde, especialmente máscaras. Houve muita confusão em relação às diferenças entre os diversos tipos de máscaras e suas recomendações de uso em diferentes ambientes de assistência médica. Neste tutorial, revisamos os diferentes modos de transmissão de patógenos respiratórios com ênfase específica na COVID-19. Além disso, descrevemos a estrutura básica de vários tipos de máscaras, recomendações de uso e sugestões para conservação. Em face à continuidade da pandemia e à consequente escassez de EPIs, a sua conservação é de importância máxima, desde que preservada a segurança
Manejo Anestésico de Gestantes Com COVID-19 TOTW 432 abril 9, 2021abril 21, 2021 Carlos ● Gestantes são especialmente suscetíveis a patógenos respiratórios devido às alterações fisiológicas da gravidez, além de estarem mais vulneráveis a pneumonias bacterianas secundárias. ● A transmissão vertical ao feto é incomum. ● Sempre que possível, a analgesia epidural precoce deveria ser recomendada para mulheres em trabalho de parto com doença por coronavírus 2019 suspeita ou confirmada, porém a contagem de plaquetas deve ser verificada devido ao maior risco de trombocitopenia ● Evitar anestesia geral a não ser que seja absolutamente necessária por indicações padrão. ● Deve-se considerar o uso de equipamento de proteção individual para proteção contra gotículas em casos de emergência devido ao risco de bloqueio neuraxial fracassado e a consequente necessidade de conversão para anestesia geral e intubação (um procedimento que gera aerossol).
Cuidado Perioperatório para Cirurgia Bariátrica TOTW 431 abril 9, 2021abril 21, 2021 Carlos A cirurgia bariátrica é o tratamento mais eficaz para a obesidade mórbida resistente a medidas conservadoras. Múltiplas comorbidades tais como diabetes, hipertensão, apneia obstrutiva do sono, depressão e artrite são comuns e difíceis de serem otimizadas. Os anestesistas são frequentemente desafiados por questões como: acesso venoso difícil, manejo seguro das vias aéreas, transferência segura do paciente, dosagem de fármacos, avaliação e tratamento do paciente obeso doente. A posição de rampa para o manejo seguro das vias aéreas, a dosagem de fármacos baseada no peso corporal ideal e ajustado, o uso de analgesia multimodal com titulação de opióides, a prevenção e tratamento de náusea e vômito pós-operatório e o incentivo à mobilização precoce são as bases da prática clínica de anestesia.
ACELERANDO A RECUPERACÃO TOTAL PÓS – OPERATÓRIA-PROJETO ACERT0 (ERAS) na População Pediátrica TOTW 430 abril 8, 2021abril 21, 2021 Carlos Este artigo discutirá os argumentos a favor e contra a introdução do ERAS pediátrico, revisará as evidências até esta data, descreverá os passos que estão sendo tomados para se desenvolver diretrizes pediátricas e examinará o que o futuro pode reservar para o ERAS na população pediátrica.
Radiação Ionizante e o Anestesista TOTW 429 abril 8, 2021abril 21, 2021 Carlos A radiação ionizante é energia de partículas de ondas eletromagnéticas que é suficientemente potente para efetuar alterações em átomos. Tal energia pode ser encontrada em ambientes hospitalares e tem potencial para causar efeitos biológicos. Com um número cada vez maior de procedimentos radiológicos sendo realizados, anestesistas, demais profissionais de saúde, pacientes e o público em geral podem ser inadvertidamente expostos à radiação ionizante. A radiação ionizante tem potencial para causar danos, que podem surgir de maneira determinista (relativa à dose) ou estocástica (aleatória). Exemplos de danos induzidos pela radiação incluem queimaduras, apoptose celular, câncer e mutações genéticas hereditárias. Apesar de sua importância, a conscientização a respeito do risco da radiação ionizante para os sistemas biológicos geralmente é insuficiente entre os médicos.1,2 Isto se atribui parcialmente à nossa incapacidade de perceber a presença da radiação ionizante. O que constitui uma dose segura é questionável, porém, para minimizar o risco, precisamos minimizar a exposição desnecessária à radiação. Três princípios regem o uso seguro da radiação: (1) os benefícios desejados da radiação clínica devem ser maiores que o potencial de dano, (2) a radiação deve ser limitada às doses “mais baixas razoavelmente atingíveis/praticáveis” para alcançar o objetivo clínico,3 e (3) medidas de segurança pessoal e institucional devem ser seguidas para mitigar o dano em potencial causado pela radiação.
Vasopressina TOTW 428 abril 7, 2021abril 21, 2021 Carlos A vasopressina, também conhecida como hormônio antidiurético ou arginina vasopressina, é um hormônio endógeno envolvido no controle homeostático da osmolalidade sérica e pressão arterial. A vasopressina é liberada pela hipófise posterior e tem ação em vários tipos de receptores. Na saúde, o efeito fisiológico predominante é o aumento da absorção de água no ducto coletor renal, reduzindo, assim, a osmolalidade sérica e aumentando o volume circulante.1 A Figura 1 apresenta um diagrama descrevendo os mecanismos deste efeito. Entretanto, há alguns subtipos diferentes de receptores com diferentes efeitos fisiológicos que incluem vasoconstricção potente. Estas ações estabelecem um sistema fisiológico importante a ser abordado clinicamente. O choque séptico é uma das áreas de interesse. A vasopressina proporciona um mecanismo de vasoconstricção não mediado por catecolaminas e, como tal, oferece uma opção de tratamento adicional nesta coorte. As evidências que defendem o seu uso são inconclusivas. O estudo VAAST (2008)2 foi o primeiro estudo randomizado controlado a investigar os efeitos da vasopressina e os resultados mostraram um efeito poupador de noradrenalina significativo, porém o estudo não tinha evidências de redução na mortalidade. Estudos subsequentes, entre eles o estudo VANISH (2016)3 e uma grande meta análise de dados de pacientes feita por Nagendran et al (2019),4 também fracassaram em apresentar melhores taxas de mortalidade nesta coorte de pacientes, embora possam demonstrar benefícios em outros parâmetros clínicos. Este tutorial explorará a ciência básica da vasopressina e seus efeitos na saúde e na doença. Sua farmacocinética e usos clínicos serão explorados, entre eles as evidências atuais que corroboram o seu uso.
Bloqueio do Plano Serrátil TOTW 427 abril 5, 2021abril 21, 2021 Carlos Antes do advento da anestesia regional ecoguiada, os bloqueios da parede torácica eram principalmente restritos ao bloqueio dos nervos intercostais, analgesia epidural torácica e bloqueio paravertebral torácico.1 O uso do ultrassom em anestesia regional facilitou a visualização das estruturas anatômicas, o avanço da agulha e a dispersão do anestésico local. Isto levou a um maior desenvolvimento e refinamento dos bloqueios do plano fascial, nos quais é injetado o anestésico local dentro de um plano tecidual, ao invés de injetá-lo ao redor de cada nervo individualmente. O bloqueio do plano serrátil (BPS), apresentado por Blanco et al,2 é uma nova forma de bloqueio do plano fascial com anestesia regional ecoguiada que consegue atingir a parestesia do hemitórax. Neste tutorial, apresentaremos uma visão geral do BPS, considerando a anatomia, as indicações, a sonoanatomia e a técnica. Deve-se observar que vários nomes constam na literatura publicada, tal como o bloqueio intercostal serrátil, que é, na verdade uma técnica de anestesia regional semelhante, senão igual, que tem como alvo o mesmo plano tecidual, porém com diferenças sutis na colocação do transdutor do ultrassom e/ou na trajetória da agulha.