Saúde pede movimento: Como deixar de ser sedentário e ter uma vida mais saudável

Por dra. Ana Paula Simões, ortopedista e médica do esporte, presidente da Sociedade Paulista de Medicina Desportiva (SPAMDE) e médica assistente do Grupo de Traumatologia do Esporte pela Santa Casa de São Paulo


A modernidade, a tecnologia e as inovações trazem muitos benefícios para nosso dia a dia, como o controle remoto, o vidro elétrico e poder pedir comida com poucos toques no celular, mas e a anestesiologia? As muitas horas sentados durante um procedimento aliadas ao estresse colaboram para a redução na atividade corporal. É preciso estar atento para não se deixar dominar pelo sedentarismo.

Embora a maioria associe o termo com a falta de atividades físicas, podemos definir como sedentária a pessoa que gasta poucas calorias por semana com atividades físicas e/ ou ocupacionais, como a faxina da casa e a ida a pé à padaria. Uma pessoa sedentária não consegue gastar o mínimo de 2.200 calorias por semana com atividades físicas.

Confident male jogger walking after running on beach. Pensive young man in earphones listening to music while walking alone on shore. Recreation concept

É preciso estar atento a esse quadro e, literalmente, se mexer! Há fortes evidências científicas de que pessoas ativas têm menor risco de doença cardíaca, acidente vascular cerebral, diabetes tipo 2, alguns tipos de câncer, depressão e demência. Do ponto de vista ortopédico, melhora a mobilidade articular, alongamento e flexibilidade, isso sem falar na resistência física e muscular que ficam afloradas com a prática esportiva. Praticar exercícios é bom para o corpo e ainda traz benefícios para a mente, destacando a melhora do humor, o aumento da concentração, a redução do estresse e sono reparador.

Sempre é tempo de começar. Não use como desculpa que o médico não tem tempo! Você pode começar com uma simples caminhada de 30 minutos diariamente e vá subindo progressivamente. Durante a pandemia, a OMS ajustou de 150 a 300 minutos por semana  de atividade física moderada. O tempo e a intensidade do exercício devem ser adequados a cada perfil e de preferência prescritos e acompanhados por profissionais da educação física e da saúde.

Atividade física nos ajuda a permanecer saudável, com energia e independente a vida toda! E o horário? Quando você puder, coloque seu tênis e liga no piloto automático: só vai! Para se tornar um hábito tente não quebrar a rotina.


10 passos para a teleconsulta pré-anestésica (TCPA)

Por dr. Antônio Roberto Carraretto

Com a chegada da pandemia, a anestesiologia sofreu grandes mudanças na prática e entre elas a da Avaliação Pré-Anestésica (APA).

1- Escolher uma plataforma de comunicação com os requisitos da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) para o armazenamento dos dados da consulta e comunicação por áudio e vídeo(1). As plataformas de mídias sociais, sem estes requisitos, não devem ser utilizadas.

2- Escolher um sistema capaz de gerar uma documentação, a ser enviada para o paciente, que deve constar no mínimo de: 1) Ficha de APA (FAPA) com o registro da Avaliação Clínica durante a coleta de dados do paciente; 2) Orientações sobre o período pré-operatório, como: jejum, uso das medicações e outras julgadas importantes; 3) Termo de Consentimento Livre e Esclarecido sobre o ato anestésico(2) .

3- Apresentar-se e identificar o paciente, solicitando a permissão para a gravação, caso ocorra. A linguagem da comunicação deve ser clara e adequada ao nível de entendimento do paciente (ou seu auxiliar).

4- Desenvolver o relacionamento médico-paciente explicando-lhe: 1) como transcorrerá a consulta e que vai auxiliá-lo (inclusive nas dificuldades técnicas); 2) que o anestesiologista do ato irá verificar as informações e reexaminá-lo e 3) que está disponível para o esclarecimento de dúvidas.

5- Verificar e anotar na FAPA a história clínica, as observações de outros médicos, as medicações em uso, histórias de alergias, procedimentos anestésicos anteriores e eventos de importância e a história familiar (2).

6- O exame físico, apesar de possível na maioria das consultas, pode ser limitado pela qualidade das imagens durante a conexão, bem como pelo grau de entendimento do paciente. Na via aérea podemos avaliar a abertura da boca (inserção dos 3 dedos), mordedura do lábio superior, alinhamento da arcada dentária superior com a inferior, presença de próteses móveis e implantes, visão geral do pescoço com flexão e extensão. Poderão ser observadas e anotadas outras alterações indicadas pelo paciente.

7- A verificação dos resultados dos exames complementares poderá ser realizada por: 1) envio prévio dos exames, pelo paciente na plataforma apropriada; 2) informações do paciente de que o médico já viu e atestou normalidade; 3) leitura de exames específicos, baseados na história clínica (quanto está a sua glicose?). A visualização dos papéis, pela câmera do paciente, de forma rotineira não é prática. Informar que os exames serão revistos pelo anestesiologista (2).

8- Pacientes pediátricos, dependendo da idade, devem ser auxiliados pelos pais ou responsável, identificado e anotado, para melhor precisão das informações (3). Pacientes idosos, sem capacidade de operar a tecnologia, podem ser auxiliados por pessoa de confiança, também identificados e anotados. Na ocasião, a verificação do grau de fragilidade e limitações pode determinar a condução para uma consulta presencial (4) .

9- Ao fim da consulta, verificar o entendimento da consulta com as perguntas: 1) O Sr./Sra. acha que eu perguntei tudo sobre sua saúde ou tem mais alguma coisa para acrescentar? 2) Conseguiu entender tudo o que conversamos ou ainda tem alguma dúvida? 3) Posso ajudar em algo mais?

10- Antes de encerrar, esclarecer sobre como serão enviados os documentos a serem impressos a levados no dia do procedimento e finalizando: 1) verifique o grau de entendimento e satisfação do paciente; 2) agradeça a oportunidade de atendê-lo; 3) disponibilize-se para outro atendimento.

– A TCPA, apesar de suas limitações, deverá permanecer na prática, mas não hesite em encaminhar para o atendimento presencial caso se sinta impossibilitado de proceder a avaliação. Neste momento, só atendemos pacientes de estado físico ASA I e II (5) . Os preceitos éticos e a obediência as regulamentações são as mesmas do atendimento presencial.

– A prática desta rotina permite a realização de uma APA eficiente e com um sorriso de satisfação e agradecimento por uma imensa maioria dos pacientes.


Referências Bibliográficas

1- Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD -2018/19)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13709compilado.htm (acessado em: 11/06/2021)

2- CFM: Resolução 2.174/2017, https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2017/2174  (acessado em: 11/06/2021)

3- CFM Parecer 25/2013, https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/pareceres/BR/2013/25  (acessado em: 11/06/2021)

4- Rodrigues, M.K. et al. J Frailty Aging. 2021;10(1):38-43.

5- SBA: Recomendações da SBA para teleconsulta pré-anestésica para cirurgias eletivas durante a vigência da Covid-19:

https://www.sbahq.org/recomendacoes-da-sba-para-teleconsulta-pre-anestesica-para-cirurgias-eletivas-durante-a-vigencia-da-covid-19/  (acessado em: 11/06/2021)


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Artigo | Segurança do paciente: a importância do comprometimento

Por Rogério Alves Ribeiro

Evitar danos ao paciente é intrínseco ao trabalho dos profissionais de saúde, e Hipócrates ajudou a estabelecer esse precedente ao dizer: “O médico deve […] ter dois objetivos especiais com relação à doença, a saber, fazer o bem ou não fazer nenhum dano.”. No entanto, a medicina contemporânea ainda luta para cumprir sua missão principal. Há mais de 40 anos, uma revisão de 21 mil prontuários em 23 hospitais da Califórnia (EUA) observou uma incidência de 4,6% de eventos adversos em pacientes hospitalizados. Em 1999, um relatório marcou a história dos estudos sobre segurança do paciente ao revelar que o erro é fruto de sistemas e processos falhos. Dez anos mais tarde, um artigo demonstrou que ainda não se cumpriam processos de maneira segura como era necessário e que lideranças fortes e sistemas não punitivos seriam essenciais para reduzir os eventos adversos.  

Apesar de todos os esforços, chega-se em 2020 com dados impressionantes sobre eventos adversos e conhecimento de que a maioria deles poderia ser evitada. Muitas instituições ainda lidam com a cultura punitiva e a ausência de gerenciamento de risco. Essas informações são comprovadas por artigos especializados, mas também rotineiramente nos noticiários e nas conversas entre profissionais. Além dos dados notificados, há que se admitir a ocorrência de subnotificações, o que torna essa situação alarmante e reveladora de uma grande lacuna entre a segurança necessária e a oferecida. 

A elaboração da segurança do paciente procura se basear na segurança dos passageiros da aviação comercial. No entanto, constata-se um abismo entre ambas, verificado pelos inúmeros artigos publicados que comparam a rotina de pilotos e comissários de bordo com a dos profissionais de saúde. Afirma-se que é muito mais seguro viajar de avião do que ser admitido em um hospital. Vive-se, portanto, uma situação paradoxal, em que artigos referentes à segurança do paciente são publicados em grande quantidade, hospitais desenvolvem campanhas diversas, instituições realizam eventos referentes às metas internacionais de segurança e as organizações acreditadoras solicitam a atuação dos serviços certificados em políticas de segurança. Então, por que tantos eventos adversos evitáveis ainda ocorrem nos estabelecimentos de saúde? Por que números impressionantes não geram medidas eficazes para reduzir o problema? É importante frisar que um evento adverso não significa obrigatoriamente que houve erro ou negligência, mas significa que houve uma falha que gerou um resultado assistencial indesejado.


Inscrições abertas. 5º Congresso Internacional Sabará de Saúde Infantil.

As inscrições já estão abertas para o 5º Congresso Internacional Sabará de Saúde Infantil. Por conta da pandemia, este ano o Congresso será realizado de 19 a 21 de novembro em formato 100% online. Os sócios da SBA podem efetuar a inscrição com desconto ao selecionar a opção “Médicos Membros de Sociedades Apoiadoras”.

As dezenas de palestras e simpósios em diversos temas em Pediatria são abertas para todos os profissionais da saúde, estudantes e interessados em saúde infantil.

A programação conta ainda com a 3ª edição do Prêmio de Pesquisa em Saúde do Instituto PENSI.

Para inscrições, programação e mais informações:
http://5congressosabara.institutopensi.org.br/